terça-feira, 13 de maio de 2008
Sobre a Raiz
Por um instante disseminei a verdade para uma raiz distante,
que pena que apenas por um instante
admirei-me com a aceitação,a coragem,a consciência
que mera tentativa ilusionista...
meu malabares despencou no outro dia...
quando percebi que a raiz mais velha de minha árvore prefere se calar
calar-se diante do sofrimento,da liderança doentia,dos laços sanguíneos
e dos poucos nós afetivos que ainda liga esta natureza
por um instante pensei:estou conseguindo falar atravéz das forças espirituais
do meu referencial :Vovô Toinho...última tentativa de chamar a realidade!
enganei-me?senti tantos arrepios e não me arrepio fácil,não quando se trata
de recados que o universo nos manda...
Desabei tudo,abri o jogo,o verso,a alma....
consagrei meu afastamento,justifiquei as causas do meu silêncio precário
não ouso mais tecer fachada!não ouso mais servir de subserviência ao circo alheio!
tenho respeito pela palhaça que em mim reside!
não posso mas consentir com a teatralização descarada de uma árvore falida
definitivamente falida....
quando ainda restava o pó de nossas desgraças reunidas...
mas cada dor agora se fecha num casulo próprio,niguém reparte mais o chôro
e como querer repartir o Peru do natal?oras!façam-me o favor!
não me chamem mais para as festas de fim de ano,
minha árvore aos poucos...se sabotou,e fiz de tudo para que ela não despencasse
caiu.não posso mais.não erguo mais sozinha.só posso comigo.e bem devegar...
Não digam que eu não lutei,quando meu avô se foi ele me pediu,
avisando-me que naquele dia iria embora,iria morrer,aos 9 anos vi-me responsável
por unir uma família que acabara de se destroçar...sucumbir....
e por quanto tempo não vivi essa angústia de tentar,tentar tentar em vão!
NÃO SOU DEUS.o deus que todos acreditam...o nome que todos pregam!
E sinto-me deusa quando percebo o quão insignificante eu sou
o quanto nada posso fazer pelos outros quando os mesmos não se permitem...
sensação de dever cumprido..E quanto ao exemplo,as boas lembranças e os ensinamentos
que guardei,um dia eles servirão de lições para uma possível família-VERDADE- que quero construir..e que essa "verdade",seja natural,que essa verdade seja tranquila,seja racional,
que estabeleça algo grandioso,valores com raízes fincadas no que não pude ver em minha família
jamais.
Desejo isso do fundo das raízes que ainda me sobram!
e como disse minha "pedra" mais velha coloquemos uma raiz morta em cima desse assunto todo!
Respeitarei sua covardia!Boa sorte com o resto dos seus dias!
fica um carinho distante guardado numa foto velha dentro da gaveta.
Adélia Coelho 2008
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Quem sou eu
- No Silêncio das Montanhas a Linguagem dos Ventos
- Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô
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