terça-feira, 15 de abril de 2008

Desisto!





0 que é enfim estar apaixonado por alguém
e como isso se define?
as palavras inibem as ações
as ações podam as palavras
como optar por um meio termo que respeite o ser humano em sua unidade-amor?
vejo as esquinas das fugas repletas de dores coloridas
esbarro na liberdade vaidosa que me explica:
a natureza é simples..e nada precisa ser definido
tão profunda é minha mágoa pela superficialidade alheia
culpam a pobre natureza das culpas infundadas
estou tão grandiosamente diminuída
pelos corpos mutilados de uma prazer supérfluo
mouribundos desejos de purificação
enterro agora todas as lágrimas difundidas
num travesseiro raso e denso
desejei uma morenice que aceitasse minha candice
errei na avaliação do que é mesmo a liberdade
como estar solto é leve ,e nos pesa tanto
tudo diverge o tempo todo
constato mais uma vez!
não sou mesmo desse mundooo
e choro,choro ,choro
numa tempestade compulsiva de dores,
todas juntasas novas,as futuras as antigas
miscelânea de consagrações, ao ócio vítimado pelo caos
permito a entrada das naus libertinas em meu coração
atraco as feridas nas entranhas das idas e vindas do sexo
o que é enfim estar amando alguém?
encontro ansiedades passageiras,
fulgazes desejos de suprir a carência congênita do mundo...
descartem tudo que for palpável!joguem fora este coração usado
malbarateiem a carne!!
a carne é suja!enoja-me os suspiros que piram!
este corpo imundo suado de pecados consentidos!
permitir que estranhos tentassem forrar meu destino oco
abracei causos e casos tentando enterrar os cheiros antigos
enfrentei a árvore disnorteada do antigo beijo
disse a que vim..a que veio...
não doei mais meus frutos ao amor passado
mas pequei ao correr por entre os becos errôneos
das bocas de outros vazios temperados de farsa
não consigo ver a verdade dos encontros furtivos
do bem querer por instantes
não consigo compreender os arrepios que morrem de um dia para outro!
sem sequer ter nascido a coragem!
como pode o ser humano ser tão intrísecamente burro?
deusa?eu?faz-me rir novo caro rapaz,baratos são teus momentos vislumbrados de ânsias
toma-as, as ânsias são tuas!guarda tuas expectativas no teu peito
escrava tua liberdade arcaica...-meu modernismo?
ele não existe dentro de mim
fora :toda imagem ou palavra transcende,dentro de minha existência
tradicionalmente ergo algumas partes de meus palacetes desconstituídos pelo tempo
colho os resíduos de minha vergonha, por entregar meu mundo a cavalos incolores
sem príncipes,sem histórias!querendo apenas suprir o não desse chão agora
suprir apenas o gosto azedo das horas infindas
sinto uma dor tão descaradamente burra tão imbecilmente..
(menti)ridícula!minha dor é minha sim!!
única coisa a qual ainda me pertence
e não tenho o direito de querer dividí-la com ninguém
disseminando assim..as experiências malditas que tenho tido
as noites mal vistas, onde descarreguei meu líquido no cais de rios bandidos
agora?me perguntam em que lugar isso tudo vai dar!?
isso não me levou a nada!é tudo simples e minha liberdade me dita as formas!
os beijos são apenas desculpas..
os corpos?apenas pequenos abrigos..
não é preciso falar nada..as coisas vão..o mar e o vento levam pra que lado for...
e de que lado for..as coisas também voltam,
e mesmo inconscientemente aprendemos!
apreendemos nosso conceitos..pré definidos ao léu..
percebemos nosso réu
E CORREMOS SIM DE SENTIR O PROFUNDO
BEIRANDO-NOS NO RASO...
medo de afogarmo-nos em nossas vontades mais entranhadas
receio da dança completa!saciamo-nos com partes de nós em partes de outros
repartidas entidades de reprimidos desejos,forjados sonhos,filosofias de vida
onde a estrada é a casa,onde a percepção é o desgarramento físico
mitificamos o óbvio...amplio a correnteza alheia,impondo-me
provocando mundos sombrios...despertando a falsa moral dos preconceitos guardados
a partir de agora o que vai acontecer?
existe a tentavida do amor?
e a paixão,os poros excêntrios de todos os gritos comedidos
eles também facilmente se enterram?
medo de racionalizar os verbos emotivos dos carinhos insanos!
medo de compromissar as palavras ditas sem pensar!
medo de enraizar as formas leves de sentir o outro
medo de perceber que nosso olhar reflete o mais puro narciso em outros olhos
justifiquem então as milhares de formas de amar...
as inúmeras formas de paixão
enumerem as regras específicas desse jogo que foge as regras!
busquem as explicações científicas que elaboram nosso estado de espera eterna
mesmo os que não se dizem "queredores' desse amor que abre as nuvens
dentro de suas noites mais claras desejam um amor que ande junto
e molde através das mãos dadas o sentido real
desse despespero velado entre os humanos!
amor amar amar amor
as mágoas lamentam todas as noites acordadas
e os mais velhos sempre dizem:isso passa!só o tempo cura!
e será que o tempo tem mesmo tempo de curar todas essas mutilações sentimentais?
o que ganho com isso?o que perco com isso?
pesos e medidas,ora maturidade,ora imaturidade
queria apenas,saber como é novamente acordar feliz
e que essa sensação durasse um logo tempo....
apesar de todas as imperfeições humanas!
odiada pelos covardes sigo,e não aprendo mesmo a calar
meus impulsos de sinceridade aguda que magoam,dilaceram,e enlouquecem
aqueles que não têm o mínimo de estruturação emocional
para mater um diálogo uma discurssão civilizada!
onde as respostas também me despertassem tudo aquilo que preciso ouvir....
essas madrugadas não tê me dado coisas muito valiosas!
é hora de redirecionar esta força tão grave de meu coração imenso.

Adélia Coelho..abril de 2008


Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô