terça-feira, 30 de setembro de 2008

Certo dia Meu anjo deixou-me só...





Vou matar você
vou matar esse seu chôro forçado
esse teu drama descarado
vou matar seus sonhos que se dizem acabados
vou matar as bandeiras da sua vítima
vou matar os barcos de suas fugas
vou matar as andorinhas de teu jardim cinza
vou matar tuas escolhas injustas
vou matar teu ventre pôdre
vou matar teu veneno congênito
vou matar sua mágoa do mundo
vou matar seus tapas em minha alma
vou matar tua lama cerrada
vou matar você
vou matar suas desculpas esfarrapadas
vou matar sua bondade disfarçada
vou matar sua voz dissimulada
vou matar teu ímpeto de me impedir a voar
vou matar teus versos engavetados
vou matar tua cozinha ensanguentada
vou matar você
e você do outro lado desta órbita de touro
sentirá falta de minhas flores.
sentirá falta de mim.

Flô

domingo, 28 de setembro de 2008





Após,mEus Nós doem tanto.



E todo esse Pó de egos "maldosos"
A poesia é do povo
não ao monopólio dos laços
onde estará seu filho?
sequestros,jaulas e bebidas quentes
tristes olhos quando a poesia é do povo
Mas quem se diz poeta?
E por que dizê-lo
quando já o somos
á somas...
Mesmo assim me digo(mendigo)
E todo esse Pó de egos "maldosos"...
coloquem debaixo do tapete
gosto tanto de vocês
são humanos, os acho lindos
por serem propensos ao erros
e todo esse pó de egos "maldosos"?
idosas verdades diluídas em sal
essas lágrimas com saudade do peito
e os laços não mais se compreendem
uma pena.
uma pena?
Uma pena um escambal!
A poesia é do povo!
Somos todos nós Pós
somos todos feitos de nós e pós
para todo o sempre
desde que o verso nasceu desta comunhão
e todo o ego?
e todo o erro?
e toda dor?
Construam, poetas!
construam poetas!

Flô





Garagem



Este cansaço ipermeável
e o som não despluga os itens no mercado da ilusão
na Garagem apertada almas se imundam
tocando em Raulzito,Mutantes,Cazuza..
Inundam-se do mesmo nada.
"Garagem"que guarda sonhos confetes
gavetas e escadas
um trailler e uma cerveja
as lembranças todas ali...
e já não sinto mais nada.
a doença do outro não me atinge mais
nas paredes sou a arte
que pula para os quadros psicodélicos
quadros psicodélicos
quadros psicodélicos
Délicos
Delicados
Ecos...

Flô

CHICAS



Ps-Desculpa Xavier,roubei a tua foto agora no teu blog...
maiores explicações sobre esse show no blog do amigo senhor X
http://srxavier.blogspot.com/

Show inesquecível!





Sobre o show das Chicas em Recife



Sai de casa para assistir o show de uma banda que me conquistou no começo desse ano,naquele velho boca a boca,uma amiga me indicou um cd,até então desconhecido as "Chicas"...
Babei de cara,"ter que esperar" já tornou-se uma das músicas de minha vida,e a musicalidade singular de cada uma das meninas,a diversidade instrumental,variações de tons e versos me deixaram impresionada..estou longe de ser crítica musical,mas me atrevo a dizer que nos meus últimos dois anos este cd,estas meninas foram meu mais especial"achado".
Chegando no teatro guararapes,como não consigo ser mal educada...inventei de dar atenção a um cambista que literalmente "encharcou"chegando a pedir pelo amor de deus que eu comprasse os ingressos a ele,para poder pagar "a galinha do dia"rsrsrsr...o que seria isso?
Depois de ter conseguido me livrar desse incidente grudento...aguardava ansiosamente a abertura do teatro...quando surge Mateus e Catirina...figuras folclóricas de Pernambuco(que de certa forma dão medo mesmo..)avisando que acontecera um pequeno acidente e o show seria acústico..ao invés do grande show que eu até então,mais todos que ali estavam esperávamos...Ainda fui entrevistada pelo Mateus me perguntando o que eu achava disso:-Oras,estou puta!nada satisfeita!queria meu show completo!
(isso sendo fotografada por um jornalista lá...).
O boato que chegou do lado de fora do teatro era que teria havido uma explosão lá dentro,mas niguém sabia ao certo o que tinha acontecido...logo um pequeno pânico se instalou...
Já entramos no teatro meio transtornados...indignados!E quando vemos as meninas ali com cara de assustadas,sem roupa de show,sem instrumentos,sem a conhecida alegria do grupo,algo realmente sério tinha acontecido....
Tanto que as próprias se espantaram quando o Mateus e a Catirina entraram no teatro
( fazendo para elas uma intervenção)porque até então elas achavam que eles eram mais uma banda(como Azabumba, que tocaria antes das mesmas entrarem..rsrsrsr)
Entraram justificando muito mal por sinal o que tinha havido....Só consegui relaxar quando a Amora Pêra,expôs todo o acontecido...ReSUMINDO bem a história,nunca vi na minha vida,uma força artística de superação tamanha!Depois de uma grande susto,onde suas vidas correram perigo...apesar de todo transtorno,e apesar de não poderem apresentar o show como gostariam e como merecíamos...elas entraram e cantaram no gogó com toda dignidade que o verdadeiro artista possui.Transformando aquele grande acidente num dos shows mais arrepiantes de toda minha vida,uma energia tomou conta daquele espaço contagiando todos de arte em estado bruto,em estado puro,nada foi preciso além desta vontade de todas...nada foi preciso além da linda voz que cada uma possui,nada foi preciso apesar de parecer que tudo estava conspirando contra!Foi preciso "apenas"o amor por estar ali,o amor pelo ofício,e o respeito pelo público.
Emocionei-me várias vezes durante o show,tive que me conter para não extravasar cantando alto,porque tinhamos que ouví-las...houve uma incrível generosidade mútua!
Uma experiência surreal,elas estavam nuas de qualquer subsídio,nuas de respaudo artístico,e paradoxalmente a grande explosão eu vi no palco....essas garotas explodiram em energia,suas vozes ecoaram numa ácústica preparada para grandes estruturas de som.
Que lindo espetáculo,eu vi um lindo espetáculo,um musical simples, intenso e extremamente verdadeiro.
Mas o por quê desse incêndio....quem são os responsáveis por isso?o que há de se fazer agora?Como podem dispôr um som para um partido político,mandando um som reserva(sem qualidade e sem procedência?)para uma banda "nova"que não possui apadrinhamentos que acobertassem essa falta.Isso sim,secretaria de cultura de Pernambuco,isso sim é revoltante!é vergonhoso!Além dessas meninas terem suas raízes aqui em Pernambuco,elas também tem uma grande legião de fãs que estão indignados e envergonhados com as condições que foram impostas para elas.Se esse grupo não voltar mais em Recife,ficarei extremamente triste,porque acho que sua volta agora com toda estrutura merecida é uma questão de honra!de Resposta a esta política em que vivemos que dita as regras até no show de nossa banda predileta!
Encantada em conhecer mesmo nessas condições estas belas mulheres!essas belas artistas!vitoriosas!gloriosas!Que deram uma lição para todos ali presentes,quando tudo parece dar errado,quando todos os acidentes de última hora acontecem,quando pensamos em desistir,porque não está sendo do jeito que programamos está aí a escolha:quer transformar tudo isso numa super energia positivA ou quer sentar na lamúria e chorar?
Exploda sua frustação na mais pura alegria,cantando o coração sem maquiagens,elevando a voz de qualquer paisagem,enfrentando a fumaça dos imprevistos e desenhando nuvens de superação.
Lindas Chicas!bravo!bravo!bravo!Recife tem orgulho de vocês!
Agora além da admiração pela música,vocês são exemplo de profissionalismo,coisa que infelizmente vejo pouco em minha cidade e no meio artístico em geral.
Voltem logo a Recife.Espero vocês!beijossss

"o tempo é que vai passar a gente só vai rodar na mesma ilusão de recomeçar jogue tudo pro ar,eu estou a flutuar na ilusão fácil de alcançar.."


Adélia Coelho(Flor)setembro de 2008

quinta-feira, 25 de setembro de 2008




Amores suspensos em aços
não podia vir,fui gerada noutra esfera apolítica
gestão de umbigos empírica
nem mãe,nem pai,
talvez cogumelos,cerejas e batatas...
talvez é tanto.
Pedaço de resto feminino
alga masculina de odores
todas as outras vaginas aqui
suposta versão analítica
minha vagina é um pênis deserdado
colhido antes do parto
Meu Feto(fruto)mumificado em mim
dentro e fora
o suco desta mesma terra(corpo-sexo) é sagrado.


Flô

quarta-feira, 24 de setembro de 2008






Adélia Coelho mais conhecida como Flor,Pernambucana de 25 anos,acha bem complexo
limitar-se definindo seu trabalho,pois ele é multifacetado,trabalha com teatro há 13 anos,com experimentos de intervenções urbananas,teatro de rua,teatro físico,autoria de esquetes e performances... (um pouco de fora da cena tradicional e devidamente reconhecida).
Colocando a poesia como sua célula mater de toda sua existência(respira arte),ex estudante de Publicidade(redatora) e amante da fotografia,tenta tecer suas invenções costurando lirismo com uma ousadia singular(energia).
Escritora há 15 anos,chegando a ser considerada autista quando jovem,porque não gostava muito de brincar como a maioria e sim de inventar histórias...
Hoje com o Projeto de uma peça Musical...Lunáticos(em andamento),com o grupo Flor de lótus de experimentos(buscando integrantes intinerantes)...
e Escrevendo seu LIVRO:A linguagem dos ventos(Prosas e poesias)...
Flor,estuda teatro,desejando apropiar-se da observação do ser humano a cada nova experiência que lhe instiga;provocando em si e no outro a transgressão consciente que é estar imersa neste mundo artístico.Que é estar insistindo no Dom dos próprios ventos.

Flô





Confesso que a hemorragia verbal de minha insônia(insolente comunhão)
recebe agradecida a visita de uma guerra justificada
devidamente iniciada com a espada de ouro
que lubrifica e dignifica,no duelo popular
o heroísmo almejado por donzelas...
espachadin!espadachin!
Confesso que dentro de meus países
restam-me cinzas sinceras desta mesma guerra cerrada
deste mesmo coro enjaulado
deste mesmo canto coagido
em teias de aranhas adestradas
confessso que em cima do armário há uma arma.
confesso que em meu peito
invento todos os dias
espécies de Flores diferentes
perfumando as palavras
com a dança desconhecida da intuição.

Flô

Terça feira de um setembro ainda misterioso
aviso de pássaros familiares
Fugas de animais extintos
morte gradual dos tatos solares
todos os líquidos,na unção do verbo mudo e recatado
despudoradamente recatada
abro minha terça feira,ainda ferida
vermelho esconderijo das mortes
antes conhecidas
deixo escorrer entre as côxas subversivas
o suspiro do morango
que os lábios acataram
dentro de setembro as flores se cumprimem(tavam)
num balé sincronizado de espasmos e colapsos
e no mistério do gôzo,sinto a morte viva.
viva.

Flô





Em meus dedos o feto da terra
minúsculo molusco de sangue
prematura extensão de todos os óbitos
minha coragem é ordinária
espalho a tinta vermelha
suaviso o ventre com linhas
e sem dormir transcendo deste real
ao abrir as páginas insolentes de meu destino(desatino)!
Em meus dedos o feto da terra
Em minah boca está faltando um céu
mas as estrelas tilintam tontas
emancipando o trivial
estrelas fulminantes que sorriem de banda
pedindo(polindo)outro orgasmo...
esculpindo sucos desta mesma terra
de onde meus fetos ingênuos segregam as cores do sangue.



Flô

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Chico de Volta







Hoje eu nem acordei,resolvi emendar de uma forma diferente.Conversei com mãe-filha sobre saúde emocional,expus tanta coisa válida,tanta coisa realmente importante,para uma tomada de consciência coletiva dentro desta casa.
Abri as janelas,coloquei Chicas(até isso) pra tocar,arrumei todas as almofadas coloridas no sofá...abri as portas do terraço esquecido,peguei meu amigo Chico,brinquei,farrei,ele correu louco de felicidade pelo jardim... tão eufórico,como se tivesse visto a vida pela primeira vez...
Tão pouco,para ele foi o mundo inteiro de realização.
Sou péssima "mãe" e sei disso,mantenho meu medo prisioneiro.
E de tanto que falei,pela segunda vez ele se rebelou,...
talvez não contra mim,mas contra a própria prisão...
Coincidêcias ou não,hoje foi uma manhã incomum para mim,
é domingo,não durmi,gostei de ver o sol,sentir as formas das nuvens,fazia tempo que não olhava as nuvens.Tudo parecia positivo(e foi.)
Porém pelos portões abertos do vizinho,num descuido Chico fugiu...Correu maluco,desgovernado,perdido...
Meu coração estava com ele afoito,indigente e pertubado...
Nunca corri tanto,nunca gritei tanto,nunca chorei tanto....
Os carros passavam nas avenidas super movimentadas...
o cãozinho que de certa forma também coloquei no mundo.
O serzinho que peguei nas mãos quando nasceu da Brisa,
se perdia pelas ruas,ansiando uma liberdade,que quero tanto.
Não deixei meu medo escapar,gritei o quanto pude,até aparecer um anjo
(não pode ser acaso,tive uma conversa tão profundamente espiritual hoje pela manhã com mami...caramba,é claro que foi um sinal.)
Este anjo,foi corajoso,e apesar de todos os preconceitos em cima do nome "pit bull",ele segurou meu filho com carinho até eu atravessar a Abias de Carvalho e colocá-lo na coleira e de volta ao meu coração.Nunca senti uma emoção tão forte,pensei no pior,pensei que não o veria mais,pensei que iria ser culpada pelo rompante de sue medo,pela amargura de sua solidão.
Consegui resgatar meu "Filhote" Chico Chicão.Estou me tremendo até agora,como ele é importante para mim,ainda hoje tinha colocado uma foto sua aqui,com uma poesia que tinha feito um tempo atrás...ele é parte de minha história,ele é a vitória do meu medo.
(eu tinha pavor de cão)e é ao mesmo tempo o meu medo personificado,minha humanidade disfarçada,minha voracidade inatingida.
Fransisco Zen é da paz,é de paz,e é meu Negão querido...
Hoje foi uma manhã de domingo diferente,um céu e um susto...
Meu menino é um bestão,e ainda bem que é bestão,ainda bem que existem pessoas boas nesse mundo,que tem coragem de ajudar o próximo e se dispoem pelo outro sem interesses maiores.Chico está aqui no terraço,ele não conhece o mundo lá fora.
Talvez eu também não.somos parecidos,somos da mesma família,somos companheiros de cela.(mas ainda podemos ver o sol..e o desenho das nuvens brincando no jardim.
Estamos juntos novamente.Deus sabe o que é segunda chance.E eu quero aprender!
Te amo Chicão!!!!


Flô

domingo, 21 de setembro de 2008

Em geometria, aresta é a linha de intersecção de duas faces de uma forma geométrica ...





...progressivo desgaste de areias, arestas, ampulhetas vazias!
um tempo que não cabe nos dedos!
um tempo que acaba em cabelos descoloridos
em danças tristes e nostálgicas
e em sonhos de desejos que nunca se concretizaram..
hoje eu caí e meu pessimismo me abraçou
vai ver foi isso que a pessoa quis...acariciar meus mAus pensamentos!
nublar minhas horas de beijos livres e versos soltos!congestionemmm!!!!!!!!bloqueiemmmm!!!!!!!!estou aqui..
podem entrar e devastem o que acham que podem fazer melhor!
não vim aqui disputar humanidade só queria ser humana!e contar com humanos!!!
meu bichos...tão leais..tão presentes... tão honestos!!!
homens???temo aceitá-los em meu coração!
eles embolam as redes desconectam as sedes
homens: eles nos contam estórias para dormir...
enquanto já estAMOS dormindo!
"Adélia não seja radical!"
-radicalidade extremada-é burrice!!!!
então..me digam!!!me deixem ser burra!!!
cansa-me a própria exaustão alheia...
pleonasmo ou não..que cacófanos me engulam!
estou tremendamente nervosa com a realidade!
corro para voltar para casa porque posso morrer de um tiro nas costas!
por causa das minhas bolsas grandes!!!
"então deixe de usar bolsas grandes!não pode!!!"
corro para almoçar porque o horário do trabalho não espera muito!
então corro para tomAR banho e corro para saIR
e corro da minha mãe do meu cachorroodos meus amigos!
achava que esse dia não iria chegar!
estou correndo
mas tão devagar ainda....
dizem.....retardada garotinha!oooooooooooooooooooooo
minha dose de sarcasmo está alterada
precisava escrever
precisava expulsar!
meu ferimento arde!
minhas mãos doem...
segurei-me quando caí...
ainda tentei me segurar!
da proxima vez devo abraçar o precipício?
da próxima vez devo deitar na cama dos mares azuis e chorar!?
da próxima vez devo ser extensa?complicada?redunDante?
da próxima vez serei outra!
cansei de ser brasileira,pobre,mulher e artista!


ADÉLIA COELHO 2007




Meu medo cão



Meu cachorro vive assim trancado...
prisioneiro..
meu cachorro é como o meu medo
meu medo precisa passear
meu medo precisa de um banho
e todos temem meu medo
meu medo está ameçado de morte
proibiram meu medo de passear nas ruas
meu cachorro vive assim trancado
leva chuva,leva lua,leva sol,leva rua
meu cachorro é calmo...
espera quieto a hora de comer
só chora quando sente saudade
meu cachorro é como meu medo
meu medo precisa de carinho
meu medo precisa de abrigo
e todos temem meu medo
meu medo está ameaçado de morte
meu cachorro é tão humano
e meu medo tão feroz...

Adélia c0elho 2008


...Admito os teus olhos
desenhando as brincadeiras mais puras
imagens que se projetam
no abraço terno da imaturidade...

Flô

Amor





Eu te amo.


Não sei explicar,e nunca ninguém ousará definir quando e como se percebe um amor
as poesias apenas cantam o dom,enobrecem um pouco a alma.
As tais respostas que ansiamos não nos aparece como sonhamos.
Porque o sonho está na vivência pura e simples...
Talvez seja mesmo utópico não criar expectativas..elas existem,nos tornando mais ávidos...
Fali nas receitas,nas possíveis técnicas de auto proteção,auto reflexão
e quero mesmo ser mais tolerante.
Reclamo da timidez,escondo a minha.
Não há perfeição no amor,talvez procurar xerox próprias seja uma burrice.
Aprender com as diferenças,escalar as conseções,perceber os nuances,
abraçar o inteiro,sentir o inevitável,pensar nos lances mais triviais,
Sentir-se a vontade,disposto,alegre,calmo,seguro,amado.
Navegar no outro sem induzir,ou invadir,apenas,ir adentrando as conchas
ouvindo o silêncio juntos,aprendendo,ensinando...
Continuo pecando por amar de muito,e por querer o verbo demasiado
Tenho vivido momentos muito especiais com você,todos eles
os leves,os pesados,os equilibrados...
Desta vez,não vou soltar da tua mão.
Vamos passear?
Te amo muito Bruno.


Flô



Um quase assassinato existe?
Sim,esta semana tentei quebrar uma cadeira
ela pipocou contra mim
tentei estourar minha perna
só fiquei com uma "roncha"
Sem querer derrramei detergente numa mariposa quase que imperceptível
A vi..ali,contorcendo-se sem mais motivos.
Não tenho medo de baratas,já matei duas cobras branquinhas
e minha solidão atesta:meu cão não late!
Assassinei,.confesso meus crimes hediondos...
E o rastro das bolachas gigantes passeiam entre meus dedos
nesta casa de feitiços longos,nesta vida de roupagens estranhas
Evitei assassinar a velha cadeira de balanço
mas por pouco,não esmago sua insanidade dotada de perversos contornos
Sim,esta semana o inferno me visitou,com todos seus duendes quentes
Gritei PAZ!coloquei para fora uma voz grave.
Queria ter quebrado pratos e taças de critais!
Queria ter soltado Chico de sua prisão
queria ter beijado a boca doce da saudade.
Assassinei apenas.


Flô

aos amigos




Ladeira de misericórdia tende piedade de nós
acarajés gelados de minha Olinda tende piedade de nós
entre bares procurados a procura se perde
uma procura lenta e sonoLenta
no meio fio a religião,
os homens de preto que me gelam
as intuições,as contituições e os partidos
sim,estamos partidos...
pedregulhos de tédio
paralelepípedos de ilusão
nossas lamúrias juntas,
construindo a perseguição
onde?aonde?onde ou ande?
Voltemos ao antro,ao eixo ao bordel ANTIGO
DEIXEMOS a mesa vazia,os copos azedos...
e as tapiocas bem gordas!
Sim,tapiocas gordas salvam uma noite!
beijemos a Lua tão tesuda...
o que procurávamos mesmo?
Foi bom ver vocês hoje.


Flô

quarta-feira, 17 de setembro de 2008




O ator é.
Comediante (ou) dramático?
(e)...ReTICENTE...
Inúmeras possibilidades
há de se ter cuidado com as caricaturizações
os excessos e as faltas..
equilíbrio,exercício e uma vontade que ultrapasse
qualquer nuvem cinza
faz de um ator dedicado um múltiplo talento.
E um multiplicador de desejos
Nesta profissão o amor nos segura po inúmeras fases
até quando pela isenção do corpo
pensamos estar parados...
Engano,continuamos sempre nossa cena
estáticos produzimos também
as enzimas criativas do amanhã.

Flô





Concordo com A Marilia(a Pêra)EM SEU lIVRO "CARTAS A UMA JOVEM ATRIZ"
em tantas coisas,eu não resolvi ser atriz,e nem resolvo,também não nasci atriz...
Eu nasço quando estou liberta naquele pequenino momento
onde qualquer tipo de personagem trasncende meu estado físico,
ali vivo...plena,inteira,absolutamente imersa em minha suposta ausência
ali,Mergulhada numa completa exaustão de ossos.
Sou atriz,e não,nunca tive a dita 'humildade',de dizer-me outra coisa senão artista.
Na concepção da palavra,criatura criativa,faminta e ávida pela natureza humana,
pela observação cotidiana,pelo vácuo existente entre o real e o irreal,este espaço,
esta iminência de suspensões aéreas,estão navegando em mim,como num fósseo,
encontrado há milênios,cujo desenho fosse a simples gravura das máscaras do teatro,a triste e a alegre..assim,teriam me achado,assim por esses dias,ainda sou raramente encontrada.
Nesses tragos de cenas inusitadas,relutando através das dores e das barreiras que antes da doação total achamos intransponíveis,porém,quando encontramo-nos,
nascemos em nós verdadeiramente,movemos estas montanhas e elas nos movem,
como corpos aquecidos e esvaziados,esperando as partituras do instante,
trancadas a sete chaves na palma da mão de quem admite:sou sim artista.E daí?
Sim,Nunca estarei pronta,embora a busca pela perfeição seja um incrível estímulo...
Mas a perfeição da passagem da emoção.
Esta é minha responsabilidade enquanto atriz.
Tirar de mim o que já existe,expor o que já existe em mim nos outros..
nos tantos outros que me habitam dia a dia...
Codificando suas estruturas,seus anseios,suas pontes e fracassos...
a fragilidade está em todos os poros de minha profissão,
embora paradoxalmente a minha força fulminante seja a mesma fragilidade.
Definir um ator é podá-lo dos versos livres,um ator é todo,é e pode ser todos...
Este poder não é dele,mas de sua entrega!De seu manejo com sua própria imaginação,
de como trata seus fantasmas e liberta seus porões.
O bom ator é surpreendente,é tímido,extremamente sensível,está sempre pensando,
enxergando sua própria posição,sua amargura construída..e destituída de falsas condutas; embora na nossa grande maioria,estão os que calam,para poderem trabalhar com o que amam,
e não contestam em absoluto..para permanecerem sempre em cena.
Que cena?há algo por trás de todas as câmeras e cortinas que quer e precisa ser exposto e de certa forma abominado.Esta verdade que tanto defendo e provoco vai além dos palcos e dos cenários,não está na tinta das máscaras,na ilusão dos romances perdidos.
Esta verdade é de carácter,de escolhas,de filosofia de vida.
Um ator,é sim ator o tempo todo,não porque finja ou minta o que sente,mas sim porque está em tempo integral estudando o comportamento humano,suas ações e reações,embora nunca tenha estudado física,ela está ali lado a lado..com os movimentos,com os rompantes,com os ardores e com as curvas que atravessam a nossa vã percepção.
Sou atriz,todos os dias de minha vida,e estou Viva quando a cena(qualquer que seja) me transporta e eleva ao meu estado natural.
Assim,sinto,assim permaneço buscando,querendo,sonhando,por esta fresta surreal que me absorve,por este líquido mágico que me nasce.Tenho tanto orgulho,embora lembre da sobrevivência dentro desta profissão,mesmo assim,Faz-me feliz o fato de simples e puramente dizer-me: ATRIZ!

aDÉLIA coelho (Flor)e ATRIZ

segunda-feira, 15 de setembro de 2008




Nenhum aceno
deserta demostração de amor
outros corpos querem em mim naufragar
outros silêncios querem por fim me falar
por que você não se pronuncia?
por que não me toma nos braços e faz-me tua?
nenhum aceno
alguns dias de falsa liberdade
minha liberdade quer passeio de mãos dadas
minha liberdade por estas manhãs bêbadas te chamou
em vão,pelos cais,pelos caos...
nenhum aceno.
Choro.
Não sei esconder meu deserto.


Flô




Entrego meu corpo a esta nova natureza
entrego minha velhice festiva
ao verde desta causa que me invade
tão fácil escrever sobre animais,cavalos azuis,peixes lunares,
entidades surreais,fábulas fabulosas...
Engano meu,não são versos de amor!nunca serão!
atrás da montanha o silêncio se pronuncia
trazendo um frio intenso,um vazio pertubador...
tão difícil escrever sobre um amor,sobre este amor,
entrego meu corpo ao futuro,desgasto-me neste oco...
Masturbo esta consciência inútil.


Flô





As PÉTALAS enganam...
Podem ser Folhas...
Podem ser bocas
podem ser pássaros
podem ser desejos
a espera,a espera sempre,
que alguma brisa delicada as perceba,
exatamente como são...
sensíveis e sedentas
Bonitas e frágeis
efêmeras e e(ternas).

Flô

Foto=Suco


Negativos concedidos a alma
Vírus bondosos que circulam em meu pulso
retrátil conclusão que este nada que circunda
é também o algodão das vozes apáticas que por aqui
já cantou.;;;bandeira,mastro,faixa,
alusões cansativas á esta pobre moça despercebida
nenhuma imagem resgatada,nenhum copo marcado,
nenhuma doença comprovada,nenhum corpo amado.
aqui neste potinho de sonhos imaculados
desprovidos gemidos me entregam á cura:
serei enfim exumada de minha estável amargura.
Flô



Silenciando as vertigens,
meu corpo espera a rede no balanço de teus versos
e apenas durmo,sobre o cansaço febril de tuas imagens
lubrificando meus olhos solitários,através do único espelho aceso
meus rios ainda esperam os narcisos que são apenas,rosas
aqueles narcisos que podem ser coloridos....
meus dedos não ousam mais silenciar outras dimensões
se pertences a minha tontura permanente,senta-te aqui,
puxa mais um copo,e bebe desta saliva gelada
deste suor amargo,desta alma impaciente.


Flô

Foto=Suco



Pedaços quentes de iluminações distantes
correntes corrompidas de desilusão
partes de elos interrompidos na febre
elos sucumbidos em alma célebre
aqui jaz e permanecem meus desejos
clarões cegos de realejos
dissonâncias lúdicas do meu sol..
Morre todo instante alguma luz queimada
algum pedaço torto de estrela mal amada.

Flô




Os algodões não são das nuvens
já me pertencem
faço meus desenhos
com um gosto de lua doce na boca
Bolacha gigante e desnaturada
ventanias sugam as formas que deixei
pertubam meu sono amoral
já não pesco os algodões neste mesmo céu
já me pertencem
e faço meus desenhos
com um cheiro de lua cítrica no peito
Foco de luz-perfume,branca e despercebida
já não acendo os postes densos
já não assobio a cor dos mármores
já não aspiro as ondas dos teus beijos
os algodões não são das nuvens
eles em mim,bastam.

Flô
Foto-Suco



Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo :
"Fui eu ?"Deus sabe,
porque o escreveu.

Pessoa-(o mestre)

domingo, 14 de setembro de 2008






Maria pecava porque sentia além do que podia suportar
Maria doava seus retratos as parades convencidas
de uma sabedoria que inibe os poros mais estáticos
ansiava os beijos nos olhos
depositava os seios nos olhos,agora molhados
aguardava as palavras que só ela possuía
tecia as expectativas pesadas de qualquer saudade
MARIA descarregava sua dor nas portas alheias
como bebês que necessitam tréguas
ela queria sentir os pêlos do outro
pulsando através da pele bruta
atravessando os tons dos surrealismos comedidos
Maria pecava o tempo inteiro,por esperar,esperar!
querer o dom e o verbo,
ousar rever e julgar
enterrar o fim,e abraçar o vento...
Maria erra os caminhos,.
maria é virgem descaminho...
Maria é apenas Flor....

Flô

sexta-feira, 12 de setembro de 2008


Todos os quartos hipnotizados
por um único perfume
o mais distantemente próximo
naufragando em cada fenda de mulher
o líquido breve da única boca doce
De onde teci todas as minhas palavras.

Flô



Amor eternamente virgem
no tempo do corpo dos outros
na espera dos números indizíveis
Meu lugar,acalanto
atmosFERA...
amor eternamente virgem
No tempo da cólera
nos tragos de outros índices
Meu verso contornando as leis
rasgando as teias imaginárias
de espaço-alma: superfícies
que apenas,entre vida e morte
não divide-se...

Flô






Por naturezas mórbidas
e misteriosamente atestadas pela ciência
contorno o descompasso da imobilidade
tensa,não preencho mais as lacunas inertes
de qualquer saudade(vadia)
cidade vazia...
Meu leito nem quer mais moradia
Numa espera perto finjo respirar
atravesso a pura anarquia
Sonho com o rasgão deste maldito dia!

Flô




Meus sinais violentos
atestam teu referencial negativista
água-relampejo de artista
Suor,lágrima..
olhar de vazio ativista
Dentro de ti naveguei apenas por meses
Num líquido ainda transparente e terno
Rompeu-se esta placenta atual
Meu sangue não tem mais cheiro de vida
Sem querer agora desejo mesmo o teu mal
manchasse de amargor e ferida
Minha alma...antes,por raios festivos percorrida
teus sinais violentos me fecham
Morro o pouco de ti
que ainda chama-se partida...

Flô



Maldição de estrelas eternas
Viajei pelo mesmo ventre escuro
Por séculos iluminados
Sombras de uma morte instaurada no cordão umbilical...
Afaste-se!!
Teus seios envenenam meu cérebro
empedrando as teias consanguíneas do tempo.
Pesquei a cauda de um cometa-mãe
Rastro de serena manipulação
atada a este pó maligno
Sigo,com descontente signo
significando no raro brilho
a continuidade desta universal maldição.

Flô






Dê-me então,cara senhora
Uma notícia Boa
teus acidentes são densos
Tuas propostas são tolas
Queres podar tua Flor
Apoderar-se da semente única
Fazer-lhe do caule suspenso
a constante dor
Quedas de corpos...
Explosões de umbigo..
Suicídios aplaudidos
Minha jovem senhora,
Tu és tão diferente
da morte que há pouco conheci...
És sempre uma má notícia
e desta má notícia me concebi(também má?)
verso infrigido
susto bandido
ódio de amar.

Flô

terça-feira, 9 de setembro de 2008




A pele da planta- textura discreta-
dissolve-se no poro do pulo
como um aroma alucinógeno
desmaios serenos
mágica da natureza
os seios das Flores esverdeados
esperando o ventre
renovando o vento
copula polén exato deste mesmo verde
copulo as asas deste imenso vôo
esse orgasmo de entrega
essa benção de "brancuras"
nos beijos da terra
evoco a tristeza,
depois do sorriso mais limpo
traio sempre minha singela natureza.


Flô

segunda-feira, 8 de setembro de 2008







Em outra cama me transporto
ao teu peito
faminta de sonetos,vasculho teu sonho
numa outra estrada macia me deito
Errante,desnuda e chuvosa
Sigo cantante nas Flores
Percorro abrigos,me deleito
meu coração renasce das horas findas
emitindo a esperança
sulco de misericórdias
Loucura?Por ora rejeito...
Em outro céu...desenho este verso
papel vermelho de saudade lenta
meu amor é um copo de vinho quente,sonolento,solitário...
apenas amanhecido
meio sem jeito...

Flô




Não quero dormir
quero sentir teu corpo magro
aquecendo meu abraço
até lentamente entregar-me ao teu sono
como numa prece cedida
como uma entidade percebida
regendo o cavalgar do teu peito.
Respirando ritmicamente
o canto do teu sono silencioso.
Nosso amor é um cálice supremo
de diferenças e aconchego
bebo nosso líquido
na incerteza da impermanência
mas na inocência da saudade.

FLÔ




Meu absurdo acordou doente
enjoada melancolia
em meus dedos pálidos e molhados
Deslizo, guardanapo me absorve
vadia concepção de entrega
meu pensamento é teu
nesse raio de instante que nos permeia
ninguém por ora alcança
a mordida inefável que deste em meu coração
Buraco teu.
Sobre a rosa, sei pouco...
Fumo tuas pétalas pelas sinfonias dos "bem te vis"
atravesso os corredores suaves da alegria
pois meu verso quer viver
permanecendo na dor
me diz um verbo alegre
para eu desenhar teu sorriso na mesa
Brincar com tua semente na língua
me arde neste vinho que nos conserva
Partilha descrença amarga
entoa o descaso humano
semeia o intransponível
faz-me um verso alegre
que dou-te minha vida!

Flô




Espaços em silêncio
Esta saudade aguda
rouba-me os sonhos da noite
Prossigo:solene nostalgia das almas amputadas
violentas manhãs de falta
Chuvas que não caem por completo
espaços soltos comedidos
Pássaros que pousam na janela que voa
Minha janela tem asas
Minha imagem quer procissão e altar
santa sem integridade,bebe o leite da saudade
nos lírios consagrados do luar
santa do verso colorido
conta como volta do gemido
sem perder o gosto de amar
Copos vazios, flores expostas
fotografias de uma manhã de domingo
pelo corpo de uma santa profana
perdão senhor!
pequei ao nascer!
peco ao continuar insistindo.

Flô





Alimento-me deste teu cheiro
de fervor noturno
e na ausência
mártire taciturno
Tu faz-se perfume de minha aurora
carvalho negro escondido no canto
taquicardia estrelar
todas as ânsias abertas na pele
feridas secas de saudade
alimento-me desta fome
Desejo colhido e recolhido
na palma das luzes brandas
estórias de amores póstumos
cantigas de amores surreais
santidades coloridas
que escorregam entre nossos dedos
nestas manhãs desoladas de domingos cinza
Hoje é um dia verde
e teu cheiro é minha única folha.

Flô

domingo, 7 de setembro de 2008





Através de outros sonos
percorro teus olhos ausentes
Noite mística
clausura de dentes
Cometas -pensamentos invadem o sistema
Recanto e recinto lúdico
Galinheiro inocente
Visões,transpirações
TRansMISSÕES
eloQUENTES...
Desligo-me provisoriamente
Regojizo verbo atado precariamente
amanheço no sonho distante
Permaneço na inocência da semente
De ser apenas,alma densa
intransiGENTE...
Em transe-Gente

Flô

quinta-feira, 4 de setembro de 2008





Sim papai,não espero-te mais!
Noel de Notas e moedas,
arcas de tráficos e moléstias
papai sereno e bondoso
traz-me o presente
sem sinos ou bolinhas incan"descentes"
sem senhores presidentes
esverdeando as cédulas da amazônia.
Meu papai Noel,é santo
e ainda nem descobriu a zona!


Flô




Em que nexo deixei minha estrela sexo?
ramificações esquecidas atrás das peças de sucesso
Em que peso deixei imerso meu lamento feminino?
em que raiz escorreu minha dor expressa em estrela ?
Tronos de sal,mesas de mel,furacões de verdes dúbios
Em que sexo deixei guardado meu nexo sagrado?
Onde está o mar que transa numa noite apenas
com toda a constelação?

Flô


Instantes do "entre"
espaços abertos de breves suspiros
azul iminente
raio de luz suspenso nas mãos
a sensação de estar aqui
é também passageira
há de saber deixar-se ir
no entrabrir dos livros
no entreabrir dos homens
no entrebrir dos céus
no entreabrir das pétalas
Flores são ilusões eternas!
O perfume é que perdura...
através das infinitudes mais azuis.

Flô



"Quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém"


Espadas vermelhas num duelo vicioso
dragões,fadas,contos,mitologias...
homens,mulheres,fantoches,alegorias
trancos e trincos
fardos e fados
desejos desajeitados
cobertos de cobertas abertas
descosturada ilusão.
Coloridos pensamentos de começo de verão
chegam,atribuindo a vida
toda esta esperança maquiada
toda esta carência
de sentir no peito todas as entoadas.

Flô




Em teias de cristais
tua água finda alimenta
os peixes famintos deste vestido de Nuvem
Pérolas aos pássaros...
sopro de antepassados
alívio e suspensão
rumores e tensão
lugares comuns
paisagens partilhadas
no breve momento do sono a dois.

Flô




Estamos deitados em azul
Viagens psicodélicas através
de ciclos de céus distintos
seios,instintos,
aparições de raios vívidos
minha rede conecta-se a teu peito
choques nas mais diversas palavras
somos esse azul que rasga
fechando as frestas incolores
abrindo os mares nas janelas.
Ondas de calor no encanto
sopros de sereno e manto.

Flô




Calçadas de alegres necrofilias
sepultamentos inexistentes,
todas as pedras atadas num peito mudo
ando,calando...
persigo,pés em terra...
meu vestido sonolento inebria as constatações
todas as bandeirolas dos meus encantamentos
aqui,presentes,enchendo meu batuque ambulante
de uma alegria cujo colorido está imerso num sol
sempre mais distante.
Minha negra é uma estrela amiga,
por ora me conta segredos sobre
a cama da lua.


Flô

segunda-feira, 1 de setembro de 2008




Quando por segundos encorajava-me
olhava-lhe fundo e quanto brilho eu vi..
e não era sono.
Não sei a quem pertence minha boca
meus beijos são versos frágeis
quero mais olhar e palavra
quero mais olhar na palavra
quero mais flores amarelas achadas
desenhadas percorridas;;;
erosão-espartilho-pedaço
fragmentos de tuas bonecas alegres
ressurreições...ciclos...
tudo é só brincadeira?
e quando hão de se juntar as peças?
Flores que voam..

Flô





Não fotografe minha vida
ela é tão colorida
um pátio tão mágico
pombos que pousam nas mesas
estátuas que recitam poesias
Um sorriso iluminado
fechando os cantos das saudades
veste-se destas mesmas flores que me enbriagam
devoras meu olhar
com esta sede branda
quero-te nos ventos da noite
a percorrer meus verbos
acarinhando o peito.

Teia de Flores peregrinas.

Flô

Quem sou eu

Minha foto
Eu vou,atrevida,pisando nos relógios sento-me nos relógios sou a bailarina da caixa de música que dança em cima dos ponteiros e ilumina mesmo sem querer o outro lado das batidas do tempo... Flô